ERRO 1: "O SLING DEVE SER UTILIZADO SOMENTE A PARTIR DOS 4 MESES QUANDO A CRIANÇA JÁ SUSTENTA O PESCOÇO"
- Se estivessem falando do canguru tradicional, aí tudo bem. O sling consegue manter a criança inclinada, dando ele mesmo o apoio para a cabeça do bebê. Mas em uma coisa estão certos: o queixo do bebê não pode ficar encostando no peito dele mesmo, e sua boca também não pode ficar encostando no corpo do adulto. Óbvio, senão como respira, não é? O sling existe para favorecer e aumentar o contato entre o adulto e o bebê, e se existe contato, logicamente o adulto deve estar observando o comportamento da criança. Isto acontece naturalmente. Se fosse para desaconselhar o uso do sling em recém nascidos, então, deveriam acabar com o método mãe canguru dos hospitais do mundo todo, e olha que o tal método foi criado para prematuros! Outra coisa: o método mãe canguru não foi inventado do nada, e sim inspirado na maneira mais ancestral de se carregar a criança, que ocorre em praticamente todas as civilizações primitivas da antiguidade e até hoje em diversas tribos contemporâneas; sem contar que em alguns países a cultura ancestral de se carregar os bebezinhos no pano foi preservada e faz parte da rotina das pessoas. Hoje, este costume está sendo promovido pela popularização dos carregadores de pano, e é bom que a pessoa que promova esta cultura esteja preocupada em orientar o uso do sling. Nas culturas onde o uso dele é comum, este costume passa de mãe para filha, naturalmente.
Atenção para o espaço "Tire suas dúvidas"
ERRO 2: "VOCÊ PODE CARREGAR SEU FILHO ATÉ A IDADE DE UM ANO E SEIS MESES"
- Não sei de onde tiraram este número cabalístico de um ano e meio, afinal, os slings são normalmente feitos para suportarem até 20 quilos ou até um pouco mais. Os wrap slings, que não possuem argolas e distribuem o peso em ambos os ombros do adulto, não possuem limite de uso. Dizemos sempre que o limite é o bom senso e a sensação de conforto. Por exemplo, existem pessoas que tem mais estrutura e resistência que outras ao peso e vão conseguir carregar mais de 15 quilos no sling e quando começa a passar disto, já diminuem o tempo de uso gradativamente. Este tempo divulgado pela revista é tão aleatório que não leva sequer em conta que algumas crianças chegam aos três anos de idade com o mesmo peso que outras atingem aos dois anos ou menos. Ou seja, o limite não é a idade, e sim o peso da criança.
ERRO 3: "NÃO USE POR MUITO TEMPO por que o peso da criança está distribuído em apenas um dos ombros, o que pode causar dores musculares - por isso, troque o produto de lado de vez em quando para não sobrecarregar apenas um dos ombros. Já a posição em que a criança fica força os quadris e as costas provocando desconforto nela."
- Nem podemos afirmar que os especialistas informaram errado, por que não sabemos se foi realmente isso que eles disseram. Afinal, esta última colocação a respeito do desconforto da criança nos quadris e nas costas, citada na última frase, cabe aos cangurus e não aos slings. Especialistas atualizados já sabem que o sling previne problemas nos quadris da criança (displasia de quadril), e respeita a anatomia da coluna do bebê (curvadinho, assim como os bebês-conforto).
ERRO 4: AS FOTOS
- Chegam até a ser engraçadas as fotos que foram publicadas: quatros slings bonitinhos e dobradinhos, que para quem nunca viu, vão parecer só e tão somente 4 pedaços de pano coloridos. Se a intenção era desinformar, parabéns; afinal, as fotos dos três tipos mostrados fazem parecer que todos são uma panaiada só, à exceção de um que tem duas misteriosas argolas saindo não se sabe de onde!
Vejam aqui alguns dos principais tipos:
Sling de argolas: na foto há um bebezão de um ano e três meses no sling listradinho e no sling verde,ao fundo, um recém nascido em outra posição (deitado).
Aqui, temos um pouch sling (sem argolas, somente tecido e costura bem feita). Na foto, a moça linda é a Marina que está sempre nas palestras comigo, carregando sua filhinha. Ela fabrica pouch slings em Brasília. A foto é de Tatiana Gama.
Nesta foto, temos um wrap sling com uma bebezinho de pouco mais de um mês. Este também não tem argolas, é só o tecido de 5 metros envolto na pessoa com o bebê encaixado dentro. Repare no apoio feito nos 2 ombros.
ERRO 5: TIRAR A CRIANÇA DO SLING SE ELA TRANSPIRA DEMAIS, POR QUE A CRIANÇA TEM O METABOLISMO MUITO RÁPIDO E SENTE MUITO CALOR
- O bom senso novamente: a reportagem deveria ter orientado o adulto a evitar o uso excessivo de roupas na criança e em si mesmo quando forem usar o sling. Está correta a informação de preferir tecidos de algodão. Mas não informou que existem tecidos sintéticos que podem ser usados para evitar o calor excessivo (dryfit, por exemplo, que é todo furadinho). Estes tecidos sintéticos eu mesma não recomendo para recém nascidos, mas para os maiores de 3 ou 4 meses são ótimos
ERRO 6: OS PREÇOS
- Os preços publicados junto às fotos deveriam servir de referência, e algumas produtoras que colaboraram tiveram os preços divulgados de forma errônea.
ERRO 7: PERDERAM A OPORTUNIDADE DE FALAR SOBRE A IMPORTÂNCIA DO USO DE BOAS MATÉRIAS PRIMAS
- O que teria sido uma ótima ideia, afinal, continuo vendo slings feitos com argolas ruins (sábado mesmo a gente viu um que bateu o record: argolas extremamente finas, com emendas, e a largura de uns 50 cms no tecido. Por que será que a mãe não conseguia usar?)Lembrem-se de que as costuras e tecido precisam ser bons também.
Enfim, foi uma verdadeira brincadeira dos 7 erros ler esta reportagem. Não recomendo para vocês, por que ela confunde mais do que informa.
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